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"... Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue?..."

25 de jul. de 2010


Cálculo de antioxidantes dos alimentos ajuda na prevenção contra doenças crônicas

Data:            22/07/2010
Autor(a):       Iara Waitzberg Lewinski


Estudo analisou o conteúdo de antioxidantes de mais de 3 mil tipos de alimentos e criou tabelas separando-os em grupos de alimentos. Dessa maneira, é possível calcular o nível antioxidante de uma dieta complexa, identificar as fontes potencialmente boas de antioxidantes e utilizar os alimentos mais ricos em antioxidantes em dietas para a prevenção de doenças crônicas. As medidas dos antioxidantes foram realizadas durante oito anos e as amostras de alimentos eram de mercados da Escandinávia, Estados Unidos da América, Europa, África, Ásia e América do Sul.

Os resultados da pesquisa mostram que há grande variação do conteúdo de antioxidantes entre os alimentos e que em todas as categorias há alimentos isentos de antioxidantes. As categorias “Condimentos e Ervas”, “Plantas medicinais” e “Vitaminas e Suplementos dietéticos” continham o maior teor antioxidante. As categorias “Bagas (em inglês – berries) e derivados”, “Frutas e sucos”, “Nozes e sementes”, “Cereais matinais”, “Chocolate e Doces”, “Bebidas” e “Vegetais” incluíam as comidas e bebidas mais comuns com teor médio a alto de antioxidantes.

Tabela 1 mostra os resultados resumidos das 24 categorias de alimentos.



Bebidas

Esta categoria incluiu 283 produtos, desde cafés e chás, a cervejas e vinhos. O valor mais elevado de antioxidantes foi encontrado nas folhas de chá não processadas, no chá em pó e no café. Outras bebidas ricas em antioxidantes são o vinho tinto, com conteúdo antioxidante de 1,78 a 3,66 mmol/100 g, suco de romã, chá verde, suco de uva, suco de ameixa e chá preto. Mais detalhes podem ser vistos na Tabela 2.



Cereais matinais, grãos, legumes, nozes e sementes

A maioria dos cereais matinais tem um conteúdo antioxidante em torno de 0,5 a 2,25 mmol/100 g. Na categoria de nozes e sementes foram analisados 90 produtos diferentes, com conteúdo antioxidante variando de 0,03 mmol/100 g (sementes de papoula) a 33,3 mmol/100 g (nozes). Nozes, castanhas, amendoins, avelãs e amêndoas têm maiores teores de antioxidantes quando a casca é preservada. Mais resultados podem ser observados na Tabela 3.



Chocolate

A variação do conteúdo antioxidante nos chocolates variou de 0,23 mmol/100 g do chocolate branco a 14,98 mmol/100 g de uma amostra de chocolate amargo. O teor antioxidante do chocolate aumentou conforme a quantidade de cacau. Chocolates com 24-30%, 40-65% e 70-9 % de cacau continham 1,8, 7,2 e 10,9 mmol/100 g de antioxidantes, respectivamente.

Laticínios, sobremesas e bolos, ovos, gorduras e óleos

A categoria laticínios foi composta por 86 produtos e a de bolos e sobremesas por 134, sendo que a maioria deles apresentou baixo conteúdo antioxidante (0,0 a 0,8 mmol/100 g). Os ovos são quase isentos de antioxidantes, com o maior conteúdo antioxidante encontrado na gema (0,16 mmol/100 g). Aproximadamente metade das gorduras e óleos (margarina, manteiga, óleo de canola, milho e soja) têm conteúdo antioxidante entre 0,4 e 1,7 mmol/100 g.

Bagas, frutas e vegetais

Tabela 4 mostra a seleção das bagas (berries), frutas e vegetais analisados. Das 190 bagas avaliadas, a média de conteúdo antioxidante foi relativamente alta, entre 1,9 e 6,31 mmol/100 g. Um total de 278 frutas e 303 vegetais foi incluído no estudo. O conteúdo dos vegetais variou de 0,0 mmol/100 g (aipo) a 48,1 mmol/100 g (folhas secas e trituradas de uma árvore africana – African baobab tree). O teor antioxidante das frutas variou de 0,02 mmol/ 100 g (melancia) até 55,5 mmol/100 g (romã espanhola).



Plantas medicinais

Esta foi a categoria mais rica em teor antioxidante e também com a maior variação entre os produtos. Os valores de média e mediana foram 91,7 e 14,2 mmol/100 g, respectivamente. Os 59 produtos analisados eram originários da índia, Japão, México e Peru. O Sangre de Grado, do Peru, teve o maior conteúdo antioxidante de todos os produtos analisados neste estudo (2897,1 mmol/100 g). Outros produtos ricos em antioxidantes são Triphala, Amalaki e Arjuna, da índia, e Goshuyu-tou, uma planta medicinal tradicional do Japão (132,6 a 706,3 mmol/100 g). Apenas quatro produtos desta categoria apresentaram valores de antioxidantes menores que 2,0 mmol/100 g.

Comidas e bebidas para crianças

Esta categoria incluiu 52 produtos europeus, escandinavos e americanos destinados às crianças cujo teor antioxidante foi de 0,02 a 1,25 mmol/100 g. O leite humano (amostras de 49 mães norueguesas) apresentou quantidade média de antioxidantes de 2,0 mmol/100 g.

Condimentos e ervas

Um resumo das 425 especiarias analisadas neste estudo está na Tabela 5. O conteúdo antioxidante variou de 0,08 mmol/100 g (pasta de alho cru produzido no Japão) a 465 mmol/100 g (cravo da índia seco adquirido na Noruega). “A maioria desses produtos tem alto conteúdo de antioxidantes. Embora os condimentos e ervas estejam em pouca quantidade na dieta, eles ainda sim são importantes contribuintes antioxidativos, especialmente nas culturas que utilizam estas especiarias regularmente”, dizem os autores.



Sopas e molhos

Após análise de 251 produtos, o estudo observou que aqueles com maior conteúdo antioxidante são o molho de tomate, molho de alho e óleo, mostarda e tomates secos (faixa de 1,0 a 4,6 mmol/100 g).

Vitaminas e suplementos dietéticos

Esta categoria incluiu 131 produtos (antocianinas, vitaminas C, chá verde em cápsulas, multivitamínicos e multiantioxidantes) comercializados nos Estados Unidos da América, Noruega, México e Japão. A maioria deles continha alto valor antioxidativo.

Carne, aves e peixes

A maioria dos produtos desta categoria (como fígado, bacon, frango e carnes processadas) é pobre em teor antioxidativo (0,5 a 1,0 mmol/100 g). Segundo os autores, não há necessariamente uma relação direta entre o conteúdo antioxidante de um alimento consumido e a subseqüente atividade antioxidante no organismo, pois o metabolismo influencia na biodisponibilidade do fitoquímico. Segundo os autores, “os valores de antioxidantes varia segundo as condições de crescimento / cultivo do alimento, mudanças sazonais, condições de armazenamento e tipos de processamentos. Este último pode diminuir a quantidade de antioxidantes (como é o caso da geléia de mirtilo, que contém metade do teor antioxidativo da fruta in-natura), mas também pode aumentar a biodisponibilidade do nutriente, como é o caso do tomate, cujo teor de antioxidantes é maior após o processamento com calor (como o molho de tomate). “Com este estudo fica possível identificar aqueles alimentos com maiores níveis de antioxidantes. Certamente mais pesquisas sobre cada alimento e seus componentes antioxidantes são necessárias para identificar aqueles com maior relevância e os mecanismos envolvidos”, dizem os autores. E concluem explicando que “os antioxidantes podem eliminar os radicais livres, espécies reativas de oxigênio e nitrogênio. Estes últimos contribuem para a maioria das doenças crônicas. Por isso, os alimentos com alto teor de antioxidantes podem ser utilizados para prevenção do câncer, doenças cardiovasculares, diabetes e outras doenças crônicas relacionadas ao estresse oxidativo”.
Referência(s)

Carlsen MH, Halvorsen BL, Holte, K, Bohn SK, Dragland S, Sampson L, ET al. The total antioxidant content of more tan 3100 foods, beverages, spices, herbs and supplements used worldwide. Nutr J. 2010. 9:3.

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