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Romanos 10.14...
"... Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue?..."

15 de set. de 2010


Publicada Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009

Data:            09/09/2010
Autor(a):       Rita de Cássia Borges de Castro
Fotógrafo:    Camila G. Marques


O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou em agosto de 2010 os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009 sobre antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. A pesquisa mostrou claramente o cenário atual da transição nutricional do país que já vem se modificando ao longo dos anos.

Entre maio de 2008 e maio de 2009, foram entrevistadas 188.461 pessoas de todas as idades. O estudo investigou o estado nutricional da população através de medidas antropométricas, como: altura para idade (A/I), peso para idade (P/I) e IMC (índice de massa corporal) para cada idade. Foram adotadas como referência as distribuições da altura, do peso e do IMC, segundo o sexo e a idade, da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

A pesquisa destaca essa transição baseada nos dados anteriores dos inquéritos do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 1974-1975, em que os índices de desnutrição infantil eram elevados. Um dos principais indicadores de desnutrição, o déficit de altura, entre crianças de 5 a 9 anos na pesquisa realizada em 1974-75 era de 29,3% (entre os meninos) e 26,7% (entre as meninas). No entanto, os dados atuais da pesquisa de 2008-2009 mostraram que esses números caíram para 7,2% e 6,3%, respectivamente. Além disso, foi observado com grande frequência excesso de peso e obesidade a partir de 5 anos de idade, independentemente dos grupos de renda e região do país. Entre meninos e rapazes de 10 a 19 anos o excesso de peso era de 3,7% em 1974-75 e passou para 21,7% na pesquisa atual, já entre as meninas e moças o excesso de peso era de 7,6% e passou para 19,4%.

Entre a população adulta, esses dados são mais alarmantes. Entre os homens, o excesso de peso passou de 18,5% (1974-75) para 50,1% (2008-09) e entre as mulheres a mudança foi de 28,7% para 48%. De um modo geral, os principais destaques da pesquisa são:

· A Região Sul apresentou os maiores percentuais de excesso de peso com 56,8% nos homens e 51,6% nas mulheres. A obesidade mostrou-se presente em 15,9% nos homens e em 19,6% nas mulheres.

· Homens com maior rendimento financeiro apresentaram maior excesso de peso (61,8%), enquanto as mulheres com renda mais alta, não foi relacionado com maior índice de excesso de peso.

· O déficit de altura em crianças menores de 5 anos foi mais expressivo em meninas no primeiro ano de vida (9,4%), crianças da região Norte (8,5%) e na faixa mais baixa de renda familiar (8,2%).

É importante lembrar, no entanto, que nenhum dado isolado pode ser utilizado para determinar ou monitorar o estado nutricional. A interpretação do IMC para determinação do estado do nutricional deve ser analisada com cuidado, pois nem sempre o resultado reflete a condição real do indivíduo. Isso ocorre porque o IMC não reflete o índice de adiposidade corpórea total, já que atletas e indivíduos com grande quantidade de massa magra podem ter um IMC na faixa da obesidade. Além disso, pessoas com pernas curtas para sua altura, tendem a apresentar valores de IMC aumentados.

Referência(s)

Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009 - Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Ministério da Sáude. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Rio de Janeiro, 2010.

Dias MCG, Horie LM, Waitzberg DL. Exame físico e Antropometria. In: Waitzberg DL. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. São Paulo: Atheneu. 2009. p383-418.

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