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Romanos 10.14...
"... Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue?..."

14 de ago. de 2010

Quem é o diabo?

Para o médico parisiense Jacques de Gheyn, que viveu no século 16, ele era um monstro de chifres e olhos vermelhos faiscantes, que o obrigava a cozinhar cadáveres. De acordo com a jovem francesa Chrétienne, de 23 anos, tratava-se de um cavalheiro de trajes e chapéu negros, que a desvirginara em 1624. Do ponto de vista do filósofo Voltaire, não passava de uma simples superstição, e segundo o pai da psicanálise, Sigmund Freud, não era outra coisa além de impulsos negativos longamente reprimidos. Como é possível que existam tantas imagens do diabo? O que ele é, e por que está tão presente na história da humanidade e nas principais civilizações de todos os tempos e lugares?

Uma coisa é certa: o capeta é uma figura importante. Por causa dele, hereges foram queimados nas fogueiras da Inquisição. Grandes escritores o transformaram em clássicos da literatura - caso do drama Fausto, de Goethe, ou do conto São Marcos, de João Guimarães Rosa. Isso para não falar nas referências da cultura pop: nos quadrinhos, Hellboy e Motoqueiro Fantasma; na música, Sympathy for the Devil, dos Rolling Stones, e Rock do Diabo, de Raul Seixas e Paulo Coelho. Sua história, contudo, é tortuosa, e sua figura, esquiva. Afinal, o que esperar do demônio? Como já dizia o poeta francês do século 19 Charles Baudelaire sobre o personagem: "O maior truque do diabo foi convencer-nos de que não existia". Fato ou ficção, esta é uma história e tanto.

Para o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, o diabo é a representação concentrada do mal. Mas ele não está restrito ao Oriente. O demônio existe nas mais diversas civilizações, ocidentais ou orientais. "É uma figura universal. Está presente, de formas variadas, no catolicismo, no judaísmo, no islamismo, no hinduísmo, no budismo e no taoísmo", afirma Mateus Soares de Azevedo, mestre em História das Religiões pela Universidade de São Paulo. Mas por que seres humanos de lugares tão diferentes acreditam em algum tipo de diabo? O historiador das religiões Henry A. Kelly, professor da Universidade da Califórnia, tem uma explicação. Para ele, essa crença nasceu da percepção de que vivemos sob um dualismo irreversível: bem ou mal, belo ou feio, luz ou sombra. O mundo, então, ficava mais simples de entender: se existe o bem e o mal nitidamente separados, é possível criar uma ética, elaborar regras claras de comportamento que definam as atitudes que são aceitáveis. É por isso que, como diz o professor Kelly, o principal papel do diabo foi o de perdedor. "O ser humano precisa reafirmar que pode vencer obstáculos temíveis. Tais dificuldades foram representadas por Satã."

A matéria completa na Revista História

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