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Romanos 10.14...
"... Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue?..."

19 de jan. de 2010

LIÇÃO 04 – A GLÓRIA DAS DUAS ALIANÇAS

Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Ailton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 04 – A GLÓRIA DAS DUAS ALIANÇAS

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos o texto de I Co 3.1-11, onde o apóstolo Paulo justifica sua auto-recomendação aos crentes de Corinto, defende o seu apostolado, e mostra a diferença entre a Antiga e a Nova Aliança, demonstrando a superioridade da Nova.

I – PAULO JUSTIFICA SUA AUTO-RECOMENDAÇÃO

A igreja em Corinto foi fundada pelo apóstolo Paulo durante a sua segunda viagem missionária (At 18.1-17). Portanto, tornou-se desnecessário Paulo apresentar carta de recomendação àquela igreja, afim de comprovar o seu apostolado. Mas, havia naquela igreja, não só os crentes fiéis, como também inimigos seus, que duvidavam do seu apostolado. Por isso, o apóstolo faz algumas perguntas e declarações incisivas. Vejamos: 1.1 “Porventura começamos outra vez a louvar-nos a nós mesmos?” (II Co 3.1 a). Com estas palavras, o apóstolo tinha, na verdade, o intuito de atingir os falsos apóstolos; pois, além de duvidarem do seu apostolado, o acusavam de estar se gloriando perante a igreja, pelo fato de não lhes apresentar cartas de recomendação.

1.2 “Ou necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós, ou de recomendação de vós?” (II Co 3.1 b). Desde os primeiros séculos, era comum o uso de cartas de recomendação entre os cristãos que viajavam de um lugar a outro (At 18.24-27), com o intuito não só de recomendar os verdadeiros irmãos, mas também de preveni-los dos falsos. O próprio Paulo recomendava algumas pessoas em suas epístolas (Rm 16.1,2; I Co 16.10,11; Cl 4.10); inclusive, nesta mesma carta, o apóstolo recomenda Tito e seus companheiros (II Co 8.22-24). Mas, para o apóstolo, tornava-se desnecessário o uso de tais cartas, tendo em vista que ele mesmo havia fundado àquela igreja, e era conhecido de todos.

1.3 “Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens.” (II Co 3.2). Para o apóstolo, os próprios crentes de Corinto já eram sua carta de recomendação. A própria existência da igreja coríntia já era um testemunho da autenticidade do ministério de Paulo, pois ele não era nenhum estranho para eles. Por isso, ele diz:

“Vós sois a nossa carta...”.

O que Deus lhes fizera já era o bastante para mostrar-lhes que ele fora chamado para apóstolo pelo próprio Deus, e que o evangelho que ele pregava era verdadeiro.

II – A CONFIANÇA DA NOVA ALIANÇA

Depois de defender sua auto-recomendação, o apóstolo Paulo diz: “Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração” (II Co 3.3). Comparando o que Cristo fez, pelo Espírito, nos crentes em Corinto, com o que Deus havia feito com a nação de Israel, Paulo enfatiza que a obra do Espírito é sobrenatural e pessoal (Rm 15.17-19; I Co 2.4,5). Quando o apóstolo diz: “...não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração” está, na verdade, fazendo uma alusão às profecia acerca da nova aliança, sob a qual Deus escreveria sua lei nos corações dos homens. Vejamos o que os profetas disseram acerca desse novo concerto:

2.1 “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá” (Jr 31.31). Deus prometeu que faria um concerto novo com o seu povo, por intermédio da morte e ressurreição de Jesus Cristo (Mt 26.28; Mc 14.24; I Co 11.25; Hb 9.14,15; 10.29; 12.24). Este concerto novo era necessário porque o concerto antigo era transitório. De acordo com a profecia de Jeremias, o novo conserto seria escrito no coração do povo de Deus “...Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (Jr 31.33).

2.2 “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ez 36.26,27). Deus havia prometido, por intermédio do profeta Ezequiel, que restauraria a nação de Israel, não apenas no sentido material, mas também, espiritual; e que colocaria dentro deles o Seu Espírito (Ez 11.19,20). Nesse novo concerto, é o Espírito Santo que outorga a vida e o poder àqueles que aceitam o concerto de Deus (II Co 3.1-6). Esta profecia começou a cumprir-se por ocasião da ressurreição de Cristo e do derramamento do Espírito Santo no Pentecostes (At 2.1-4). Por isso, o apóstolo Paulo diz: “E é por Cristo que temos tal confiança em Deus” (II Co 3.4).

III - PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE A ANTIGA E A NOVA ALIANÇA

A Bíblia descreve diversas diferenças entre as duas alianças. Vejamos algumas:

3.1 A Antiga Aliança. No antigo concerto, a salvação e o relacionamento do homem com Deus estavam baseados na fé e na obediência à Lei e ao sistema sacrificial que fora estabelecido por Deus para a nação de Israel (Ex 20; Dt 5; Lv cap 1-6). A Lei foi dada por Deus “por causa das transgressões” (Gl 3.19); não foi dada como um meio através do qual o homem pudesse ser salvo; pois, a salvação da humanidade veio por intermédio de Cristo (Gl 3.11,21). Também foi dada para revelar a santidade de Deus (Rm 7.12) e para conduzir o pecador a Cristo (Rm 3.19,20; 7.7; 10.4). Já os sacrifícios do A.T. tinham três propósitos principais. Vejamos: 3.1.1 Ensinar ao povo de Deus a gravidade do pecado; pois, o pecado separa o homem de Deus, e somente através do derramamento de sangue os homens poderiam ser perdoados e reconciliados com Deus (Ex 12.3-14; Lv 1.2,3; 4.3; 9.8; 17.11; Hb 9.22).

3.1.2 Prover um meio para Israel chegar-se a Deus mediante a fé, a obediência e ao amor (Hb 4.16; 7.25; 10.1). A Lei ordenava aos israelitas que mantivessem o seu relacionamento com Deus, amando-o e obedecendo a sua voz (Dt 6.5)

3.1.3 Prenunciar o sacrifício perfeito de Cristo pelos pecados da humanidade, pois, a expiação dos pecados seria realizada através de sua morte (Jo 1.29; I Pe 1.18,19; Gl 3.19).

3.2 A Nova Aliança. No novo concerto, a salvação e o relacionamento do homem com Deus está baseado na morte expiatória de Cristo (Mt 26.28; Mc 14.24; Hb 9.14,15; 10.29; 12.24) e tem o propósito de salvar da culpa e da condenação da Lei a todos os que crêem em Cristo e dedicam suas vidas à Ele (I Co 11.25; Hb 9.16,17). Todos os que pertencem ao novo concerto por Jesus Cristo recebem as bênçãos da salvação, oriundas desse concerto mediante sua perseverança na obediência a Cristo, tais como: o perdão dos pecados (At 2.38; 10.43); livramento da ira futura (Jo 3.36; I Ts 1.10; 5.9); e a certeza de vida eterna (Jo 3.16,17; Rm 6.22).

IV - A GLÓRIA DA NOVA ALIANÇA

Em II Co 3.7-11 Paulo descreve a distinção entre as duas alianças e demonstra a superioridade da nova aliança. Começando com o versículo 7, ele admite que ambas as alianças possuem um ministério caracterizado pela glória, mas afirma que a nova aliança vem com maior glória “E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, Como não será de maior glória o ministério do Espírito?” (II Co 3.7.8). Se a antiga aliança, que resultava em morte (II Co 3.6) e condenação (II Co 3.9), veio em glória, como pode a nova aliança, capacitada pelo Espírito vivificador (II Co 3.6) vir com uma glória igual ou inferior? E, se a antiga aliança que era transitória, foi gloriosa, quanto mais àquela que foi destinada a permanecer? (II Co 3.11). Assim, o apóstolo deixa bem claro que a glória da nova aliança é, em tudo, superior a primeira, visto que, sob a nova aliança, a graça de Deus pode ser vista com maior clareza, pois Deus revelou plenamente o seu plano de salvação mediante Jesus Cristo (Rm 3.24-26; Gl 3.19). A Lei e o concerto do A.T. não eram permanentes, mas funcionava como um tutor temporário para o povo de Deus, até que Cristo viesse (Gl 3.22-26). Por isso, o antigo concerto foi substituído pelo novo concerto.

CONCLUSÃO

Embora a Lei dada por Moisés aos israelitas fosse um meio pelo qual os israelitas podiam aprender a agradar a Deus, os julgamentos que ela fazia dos fracassos do povo era severo. Por isso, o apóstolo Paulo chama o ministério da Lei de “ministério da morte” (II Co 3.7); pois a Lei era como um termômetro, que pode medir a temperatura, mas não pode aumentá-la ou diminui-la; assim a Lei podia medir a justiça ou injustiça dos indivíduos, mas não os ajudava a torná-los justos. É por esta razão que o apóstolo diz que a nova aliança, ou “ministério do Espírito” é de “maior glória” que o ministério da Lei, pois, mediante a fé em Jesus Cristo, recebemos o Espírito Santo, que nos dá condições de andar em novidade de vida (Rm 6.4), de vencer o pecado, e não ser dominado por ele (Rm 6.12-14).

REFERÊNCIAS:

· Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. C.P.A.D. · O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. R. N. Champlin. HAGNOS. · II Coríntios, Introdução e Comentário. Colin Kruse. VIDA NOVA. · I e II Coríntios, Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. Stanley M. Horton. C.P.A.D.

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