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Romanos 10.14...
"... Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue?..."

22 de jun. de 2010


Mais um dia de congresso agitado com conferências, simpósios e debates sobre os variados aspectos da nutrição e câncer

O terceiro dia do Ganepão foi bastante agitado. Houve sorteios de cafeteiras, bolas de futebol oficiais da Copa e camisetas oficiais da seleção brasileira, apresentações orais dos pôsteres expostos e o tradicional “Nutribunal”, onde os professores encenaram seus papéis contra ou a favor da temática “dieta enteral especializada é ineficiente e de alto custo”, com participação ativa da platéia.

Uma das novidades do congresso foi a “Vitrine” sobre qualidade de vida. A nutricionista Tânia Rodrigues conscientizou a platéia sobre o impacto do estresse em nossas vidas e disse que as consequências fisiológicas do estresse causam impacto nos sistemas neurológico, cardíaco, respiratório, gastrointestinal, muscular, imune e bioquímico. A longo prazo, o estresse pode causar hipertireoidismo, obesidade, transtorno obsessivo compulsivo, ansiedade, disfunção sexual, problemas odontológicos, problemas de voz e doenças na garganta, distúrbios digestivos e possivelmente câncer. 

“Estima-se que 90 % das consultas médicas sejam por sintomas relacionados ao estresse, que poderiam ser minimizados com a aquisição de um estilo de vida saudável envolvendo alimentação e atividade física. Existem vários tipos de estresse, mas todos causam desequilíbrios hormonais, emocionais e físicos. Cabe a cada um identificar a natureza do estresse, aprender técnicas de controle, evitar o estresse excessivo e procurar ajuda se necessário. A introdução de grãos integrais e antioxidantes na dieta pode ser favorável na diminuição dos sintomas do estresse”, concluiu a nutricionista.

Dando continuidade ao evento, a nutricionista Daniela Caetano Gonçalves lecionou sobre o tema “longevidade com saúde”. Segundo ela, o envelhecimento é fisiológico, mas a longevidade está relacionada com a genética apenas em 30 % e 70 % com o estilo de vida, sendo os fatores mais influentes, o sedentarismo e a alimentação. Alguns alimentos apresentam características particulares que ajudam a aumentar a longevidade com saúde, como o chá verde, o consumo leve a moderado de café, álcool e cerveja, vegetais, peixes e fontes de antioxidantes. Por outro lado, o consumo excessivo de açúcar, gordura saturada e álcool, o fumo e o sedentarismo são fatores adversos para a longevidade.

Coube à nutricionista Heloisa Guarita falar sobre a relação do índice de massa corporal (IMC) com a qualidade de vida. A especialista explicou que indivíduos com obesidade grau I e II têm redução da expectativa de vida em 3 a 10 anos e que a elevação do IMC pode ter relação com o aumento de intolerância à glicose e à incidência de diabetes tipo 2. Quem apresenta um IMC ≥ 27 kg/m2 tem um risco duas vezes maior de adquirir hipertensão arterial sistêmica, comparado a indivíduos com IMC dentro da faixa de normalidade e o aumento de 5 kg/m2 no IMC é fortemente associado com diversos tipos de adenocarcinomas.

O sono também tem influencia sobre o IMC. Os estudos apresentados na aula mostraram que indivíduos obesos dormem menos que indivíduos com sobrepeso ou eutróficos. A privação do sono gera alterações na secreção do hormônio do crescimento (GH), no controle da glicemia e reduz a secreção de leptina (aumentando o apetite), além de que mais tempo acordado significa mais oportunidades para comer. “Estamos diante de um desafio, que é estimular a atividade física saudável aliada à alimentação balanceada para o gerenciamento do controle de peso que irá influenciar nosso padrão de vida e longevidade”, concluiu a nutricionista.

Na mesa redonda sobre reabilitação da criança com câncer, a Dra. Silvia Regina Brandalise contou sobre sua experiência clínica e falou que o estado físico das crianças se recupera bem após a cura de um câncer, mas o estado emocional demora mais. “Muitos se sentem fracos para enfrentar tudo de novo, caso haja uma recaída”, comenta.

A nutricionista do Instituto Nacional do Câncer (INCA), Analucia Gomes de Oliveira, contou que o conceito de humanização é muito importante para o tratamento das crianças com câncer e que o serviço de nutrição e dietética do INCA trabalha com capacitação das copeiras, modificações do cardápio para maior aceitação pelos pacientes pediátricos e educação nutricional para as crianças e para os pais, onde aprendem porque a alimentação saudável é importante no tratamento oncológico.

A última aula, da pediatra e nutróloga Dra. Izaura Merola foi sobre o uso de suplementos orais e nutrição enteral no câncer infantil. A palestrante discutiu diversos estudos científicos, mas a conclusão foi que ainda há poucos estudos na área de pediatria; ausência de diretrizes específicas para estes pacientes e ausência de fórmulas imunomoduladoras desenhadas para a população pediátrica.

O dia terminou com um evento especial aos alunos e ex-alunos do Ganep, os Ganepex, que foi um show de mágica inédito e intrigante!

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