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Romanos 10.14...
"... Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue?..."

24 de mai. de 2010


Os Olhos de Moisés ----



O que a Bíblia diz acerca da saúde de Moisés, por ocasião de sua morte, é impressionante: “Tinha Moisés a idade de cento e vinte anos quando morreu; não se lhe escureceram os olhos, nem se lhe abateu o vigor” (Dt 34.7). Algo semelhante só encontramos na declaração de Calebe, quando ele exige de Josué a posse da terra que o Senhor lhe prometeu, após espiá-la durante quarenta dias (cf. Nm 13.25; 14.24): “Eis, agora, o SENHOR me conservou em vida, como prometeu; quarenta e cinco anos há que o SENHOR falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e, já agora, sou de oitenta e cinco anos. Estou forte ainda hoje como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força naquele dia, tal ainda agora para o combate, tanto para sair a ele como para voltar” (Js 14.10,11).


A diferença entre Calebe e Moisés é que este chegou aos cento e vinte anos sem que seus olhos se escurecessem, e em pleno vigor físico. Moisés é o único homem na Bíblia do qual é dito que chegou aos cento e vinte anos com a visão perfeita e sua força física inalterada. Contudo, uma observação se faz necessária. É que em outro lugar Moisés declara: “... Sou, hoje, da idade de cento e vinte anos. Já não posso sair e entrar...” (Dt 31.2).Observe que há uma aparente contradição em Deuteronômio 31.2 e 34.7. No primeiro texto Moisés diz que por causa da velhice ele já não podia sair e entrar. O segundo texto diz que não se lhe escureceram os olhos, nem se lhe abateu o vigor. Isso pode ser facilmente resolvido quando entendemos que, para um homem de sua idade, Moisés reteve sua capacidade física de maneira admirável, ainda que já não fosse capaz de sair e entrar como antes. Mesmo na velhice Moisés era um homem de grande vigor. Mesmo na velhice Moisés enfrentou a morte triunfantemente e em plena posse de suas faculdades.[1]


Chamo sua atenção para a parte do texto de Deuteronômio 34.7 que diz: ”não se lhe escureceram os olhos”. Os oftalmologistas dizem que após os quarenta anos é praticamente impossível não perdermos um pouco da visão e, consequentemente, a utilização necessária de óculos. Se na época de Moisés existissem óculos,ele não precisaria usá-los com 120 anos de idade! Mas por que os olhos de Moisés não se escureceram?


A Bíblia fala constantemente de pessoas que na velhice tiveram a visão debilitada. Acerca de Isaque a Escritura relata: “Tendo-se envelhecido Isaque e já não podendo ver, porque os olhos se lhe enfraqueciam...” (Gn 27.1). A respeito do sacerdote Eli é dito: “Era Eli da idade de noventa e oito anos; os seus olhos tinham cegado, e já não podia ver” (1Sm 4.15). E Paulo já não era tão jovem quando escreveu aos gálatas: “Vede com que letras grandes vos escrevi de meu próprio punho” (Gl 6.11).



Moisés é o único personagem bíblico a ter sua boa visão destacada. “... não se lhe escureceram os olhos...”. E esse destaque não foi feito por acaso. Em Deuteronômio 34.1-4 está escrito: “Então, subiu Moisés das campinas de Moabe ao monte Nebo, ao cume de Pisga, que está defronte de Jericó; e o SENHOR lhe mostrou toda a terra de Gileade até Dã; e todo o Naftali, e a terra de Efraim, e Manasses; e toda a terra de Judá até ao mar ocidental; e o Neguebe e a campina do vale de Jericó, a cidade das Palmeiras, até Zoar. Disse-lhe o SENHOR: Esta é a terra que, sob juramento, prometi a Abraão, a Isaque a Jacó, dizendo: à tua descendência a darei; eu te faço vê-la com os próprios olhos; porém não irás para lá” (cf. Nm 27.12-14; Dt 3.23-28; 32.48-52).



Notemos que o Senhor mostrou a Moisés, do cume de Pisga, toda a terra de Canaã. E acrescentou: “eu te faço vê-la com os próprios olhos”. A razão pela qual Deus preservou a visão de Moisés foi para que ele, mesmo de longe, pudesse contemplar a Terra Prometida.
Sabemos que Moisés e Arão não entraram na Terra Prometida porque pecaram contra Deus, conforme o relato de Números 20.2-13. Contudo, Deus permitiu que Moisés visse a terra de Canaã, não com o intuito de atormentá-lo e esmagá-lo de tristeza, como se quisesse dizer: “Está vendo o que você perdeu? Quem mandou pecar contra mim?”.



Muito pelo contrário. O que temos aqui é o Deus misericordioso concedendo ao seu servo a graça de, pelo menos, contemplar a nova terra. Algo que encheria o coração de Moises de paz e alegria na hora da morte. Contemplar a Terra Prometida foi o último presente de Deus ao seu amado servo Moisés antes de morrer. Além disso, existe aqui um simbolismo que não podemos olvidar. Moisés simboliza a lei que conduz o povo de Deus até certo limite. Josué, seu sucessor, tipifica Jesus Cristo que nos faz adentrar no descanso celestial. O autor aos Hebreus adverte: “Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, seguindo o mesmo exemplo de desobediência” (Hb 4.11).

Deus o (a) abençoe.

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