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Romanos 10.14...
"... Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue?..."

31 de mai. de 2010


Glicemia pode modular o tempo de sobrevida em pacientes críticos


Estudo comprovou que o controle intensivo da glicemia, que corresponde a faixa de glicemia entre 81 e 108 mg/dL, aumentou a mortalidade de pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI) em 2,6 pontos percentuais, em comparação ao controle de glicemia convencional.

A hiperglicemia é comum em diversos grupos de pacientes e está associada com aumento da morbidade e mortalidade. Porém, o controle para o alcance da normoglicemia é difícil em pacientes críticos. Frente a esta realidade, o presente estudo, denominado NICE-SUGAR (Normoglycemia in Intensive Care Evaluation - Survival Using Glucose Algorithm Regulation), foi realizado para observar qual seria o melhor tipo de controle da glicemia para reduzir a mortalidade.

Trata-se de um ensaio clínico randomizado que selecionou pacientes admitidos na UTI de alguns hospitais da Austrália, Nova Zelândia e América do Norte, e os acompanhou por 90 dias. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos, dependendo do tipo de controle de glicose sanguínea: o grupo do controle intensivo (CI), cuja glicemia deveria permanecer entre 81 e 108 mg/dL (ou 4,5 a 6,0 mmol/L); e o grupo de controle convencional (CC), com o objetivo de manter a glicemia ≤ 180 mg/dL (ou ≤ 10,0 mmol/L).

A amostra do estudo foi composta por 6030 pacientes, sendo 3016 designados ao grupo CI e 3014 ao grupo CC. As características iniciais dos pacientes de ambos os grupos foram similares. A idade média do grupo CI foi de 60,4 ± 17,2 anos e do grupo CC, 59,9 ± 17,1. A pontuação média APACHE II foi 21,1 ± 7,9 para o grupo CI e 21,1 ± 8,3 e CC para o grupo CC (esta pontuação vai de 0 a 71, onde valores mais altos indicam disfunções orgânicas mais graves).

Após 90 dias de tratamento, a mortalidade foi de 27,5% nos pacientes do grupo CI, comparado com 24,9% no grupo CC. Esta diferença continuou significativa mesmo após os ajustes feitos para presença de fatores de risco (p = 0,04).

“A maioria das mortes dos pacientes do grupo CI foi causada por eventos cardiovasculares. Isto pode sugerir que a redução dos níveis de glicose sanguínea pela administração de insulina, ofertada em maior quantidade no grupo CI, cause efeitos adversos no sistema cardiovascular. Houve uma tendência para a mortalidade nos pacientes traumatizados, em comparação aos não traumatizados e naqueles que recebiam corticosteróides antes do início da pesquisa, em comparação aos que não recebiam.

A hipoglicemia grave (definida como níveis de glicemia ≤ 40 mg/dL ou 2,2 mmol/L) foi reportada em 6,8% dos pacientes do grupo CI e em 0,5% do grupo CC (P<0,001).

“Mais pesquisas são necessárias para entender o aumento da mortalidade encontrado neste estudo. Baseados nestes resultados, nós não recomendamos o emprego de níveis mais baixos de glicemia para pacientes críticos,”, concluem os autores.

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